O Canário Barnabé...

Este Natal ofereci um canário à minha tia.
Certa vez terá comentado comigo q tinha visto uma gaiola linda... e como devia ficar linda na sua varanda...





















Não sou minimamente adepta de animais em cativeiro mas pensado friamente no assunto, estes desgraçados nem nas suas mais longínquas memórias devem saber o que é viver em vida livre. Vai daí, entusiasmei-me com o assunto!

Andei à procura de gaiolas… Não podia ser muito pequena para o bicho não morrer de claustrofobia mas muito grande também não porque não é prático. Já de gaiola na mão, resolvi que só compraria um passarinho mesmo nas vésperas de Natal para que ainda tivesse um aspecto apresentável (se é que me entendem...) na altura de a oferecer.

No momento que achei oportuno, dirigi-me a uma loja de animais. Não fazia a menor ideia que espécie havia de escolher… (não percebo nada de aves). Graças a Deus, a primeira pergunta da senhora foi “quer um pássaro que cante ou que faça barulho?”. Olha que pergunta… “que cante, claro!” e lá me apareceu com uma gaiola (pequena) cheia de canários. Apontou para um dizendo ser o que cantava mais e que, por acaso, até era o que eu achava mais bonito. Quis arranjar uma companheira para o desgraçadinho não ficar sozinho mas fiquei a saber que se ele estiver “acompanhado” deixa de cantar. “Ok!…”

Logo na primeira noite fiquei a perceber q a senhora não me tinha vendido “gato por lebre”… O bicho canta que se farta e parece gostar da sua casa nova. (ou será que, o que nos parece um lindo canto é um pedido de socorro??!!)

Fiz uma viagem com desgraçado no banco de trás do carro (sem cinto). Chegando ao destino fizeram-se várias “trasladações” da gaiola para que não fosse descoberta antes de tempo. Até passeou de carro durante o dia para não ficar em casa a cantar.

Finalmente, chegou o tão esperado momento! Estava desejosa de ver a cara da minha tia…
Primeiro dei-lhe um saco com as comidas do pássaro. Ficou a olhar para aquilo com ar de quem estava a pensar “O que é isto?! com certeza, enganaram-se!”. Mas não teve tempo para dizer nada porque logo de seguida apareci com a gaiola… Mais baralhada ficou! (chegou a pensar q a prenda era para a Salomé). Quando percebeu que o canário era realmente para ela, a minha querida tia teve um ataque de riso. Aliás, teve um ataque de riso de cada vez que olhava para a gaiola (ou para mim...). Todos nos rimos muito mas, tenho q admitir que, a certa altura comecei a ficar um bocadinho incomodada… “ops, se calhar queria uma gaiola mas sem pássaro…”

Agora sei que a minha tia está muito contente com o seu pet… (uuffaaa… q alívio) Conversa com ele, muda a gaiola de sítio várias vezes ao dia para que ele fique confortável e até já o baptizou! Diz que ele canta muito e que “conversa” com outros pássaros (livres) que pousam ali perto.
O bicho parece estar feliz e a minha tia também!